terça-feira, 27 de julho de 2010

Owen Strachan – 5 Maneiras de Saber se Você é Realmente um Cristão

Jonathan Edwards procurou promover uma vibrante fé cristã ensinando as pessoas quais são as verdadeiras “marcas,” ou sinais da vida piedosa. Ele o fez não somente porque era muito esperto e gostava de categorizar as coisas, mas porque ele queria que os cristãos experimentassem a alegria do verdadeiro Cristianismo e então espalhassem aquela alegria para os outros. Resumindo, ele era um pastor missional antes do YouTube e do penteado de moicano.


1. Você ama a Jesus

Em seu texto de 1741 “Marcas Características de uma Verdadeira Obra do Espírito de Deus” (Distinguishing Marks of a True Work of the Spirit of God), Edwards listou um número de sinais negativos e positivos que diferenciavam uma verdadeira obra de Deus de uma falsa. Apesar de no texto Edwards ter-se concentrado em avivamentos de um modo geral, suas palavras se aplicam a indivíduos buscando discernir se conhecer ao Senhor ou não.

O primeiro destes sinais era uma “alta estima” por Jesus Cristo. O ponto deste primeiro sinal é que, quando o Espírito se move no coração de uma pessoa e o acorda para a fé e o arrependimento, sua visão de Jesus muda. O crente simbólico respeita a Jesus, mas não o reverencia ou exalta. O verdadeiro cristão se deleita em Jesus, um deleite que é frequentemente evidente e contagioso. Ao servimos em missão para Deus promovendo o evangelho, nós devíamos esperar ver uma “alta estima” por Jesus Cristo, o autor de nossa redenção.

2. Você odeia o pecado

O segundo sinal de uma “verdadeira obra” é um ódio crescente pelo pecado e a derrota de práticas pecaminosas.

Quando o espírito que está trabalhando opera contra o interesse do reino de Satanás, o qual se baseia em encorajar e estabelecer o pecado e agradar-se dos desejos mundanos dos homens; este é um claro sinal de que se trata de um verdadeiro, e não de um falso espírito… Para que possamos seguramente determinar, a partir do que diz o apóstolo, que o espírito que está operando no meio de um povo… e o convence do horror do pecado, a culpa que ele traz e a tristeza à qual ele expõe: Eu digo que o espírito que opera desta maneira, só pode ser o Espírito de Deus (Works 4, 250-51)

Neste ponto, como nos outros, é tanto profundo quanto simples. Um dos claros sinais de uma obra de Deus é o ódio crescente pelo pecado. Nossos olhos são abertos de repente para ver o horror da condição de alguém. Onde antes alguém identificava fraqueza e falhas, mas sempre tinha desculpas na ponta da língua para cobrir estas deformidades pessoais, agora o Espírito mostra ao pecador o quão desprezível e mal ele é.

3. Você ama a Palavra de Deus

O terceiro sinal de uma “verdadeira obra” é o amor pela Bíblia. Edwards ligou este amor pela Escritora não simplesmente por apreciação literária de seu conteúdo, mas a uma fome e uma sede pela Palavra de Deus dadas pelo Espírito.

Este espírito que opera de tal maneira de forma a causar nos homens um respeito maior pela Sagrada Escritura, e os edifica mais em sua verdade e divindade, é certamente o Espírito de Deus… o Diabo nunca cuidaria de produzir nas pessoas um respeito pela Palavra divina, a qual Deus conferiu para ser a grande e permanente regra para a direção de sua igreja em todos os assuntos religiosos e preocupações de suas almas, em todas as épocas. (Works 4,250)

Muitas pessoas respeitam a Bíblia. Ela é conhecida como um “livro sagrado,” um texto sagrado. Mas poucas pessoas a veem como a tangível palavra de Deus que o próprio Deus “apontou e inspirou para entregar à sua igreja sua regra de fé e prática” como “a grande e permanente regra para a direção de sua igreja.” Onde o coração de uma pessoa arde de amor e santo “respeito” pelas Escrituras, o Espírito trabalhou.

4. Você ama a verdade

O quarto sinal que marcava a presença de uma “verdadeira obra” era um elevado amor pela verdade e pelas coisas de Deus.

Uma consciência e uma reação à verdade divina era um claro sinal de que o Senhor havia movido em corações humanos. Então onde as pessoas passaram a ver “que há um Deus” e que ele é “grande” e “odeia o pecado,” e que eles próprios têm “almas imortais” e “devem dar conta de si mesmos a Deus,” o Espírito estava operando a verdadeira conversão.

Edwards com razão notou que o Espírito não leva os crentes ao erro. Portanto, quando ouvimos notícias de conversão, quer seja em massa ou individual, nós precisamos ouvir repercussões da verdade no testemunho do convertido. Ele ama mais a verdade? Ele ama mais a Deus? Ele se compromete com a sã doutrina e arraiga sua fé nela? Cristãos missionais buscam odiar o pecado e levar outros a fazer o mesmo.

5. Você ama os crentes

O último sinal positivo na taxonomia de Edwards da “verdadeira obra” do Espírito, era o amor de alguém pelos companheiros cristãos.

Muitas pessoas que professam a Cristo perdem o chão neste ponto final. Eles podem até gostar dos comembros da igreja e contribuir de alguma forma para seu bem-estar, mas não foram cheios pelo Senhor com um santo amor por seus companheiros cristãos, e assim eles não os servem. A verdadeira conversão irá fazer com que casais estáveis cerquem jovens cristãos famintos de discipulado. Levará cristãos a dar generosamente a missionários e companheiros crentes (veja 2Coríntios 8). Irá fazer com que os crentes mais antigos passem tempo mentorando os mais jovens (veja Tito 2).

No final, a forma de cuidar de irmãos diz mais respeito ao nosso testemunho de conversão e nosso entendimento da missão do evangelho do que possamos inicialmente pensar. Verdadeiros cristãos distribuem amor aos seus irmãos como resposta à graça de Jesus.

(Adaptado do Capítulo Três de Jonathan Edwards em Verdadeiro Cristianismo [True Christianity], da Coleção Essencial de Edwards [The Essential Edwards Collection]).

Pergunta: Qual destas “marcas” do verdadeiro Cristianismo mais sobressaem em você? Qual delas você precisa cultivar ao viver uma vida missional como Edwards fez? Comente e nos conte.

Por Owen Strachan. © Owen Strachan. Website:owenstrachan.com
Original:
 5 Ways to Know If You're Really a ChristianWebsite: theresurgence.com
Tradução:
 voltemosaoevangelho.com

sábado, 24 de julho de 2010

Os três aspectos da Lei de Deus

Os Mandamentos na Antiga e na Nova Aliança.


Ver artigo no site solanoportela.net

John Piper – Aos Pregadores da Prosperidade:Ensine-os o Ide

Uma mudança fundamental aconteceu com a vinda de Cristo ao mundo. Até aquele tempo, Deus focou sua obra redentora em Israel com obras eventuais entre as nações. Paulo disse: “Nas gerações passadas, [Deus] permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos” (Atos 14:16). Ele os chamou de “tempos da ignorância.”

“Não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam” (Atos 17:30).

Agora o foco passou de Israel para as nações. Jesus disse: “O reino de Deus vos será tirado [Israel] e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos [seguidores do Messias]” (Mateus 21:43). Um endurecimento veio sobre Israel até que o número total das nações entrasse (Romanos 11:25).

Uma das principais diferenças entre essas duas épocas é que, no Antigo Testamento, Deus glorificou amplamente a si mesmo ao abençoar Israel, de modo que as nações pudessem ver e saber que o Senhor é Deus.

“Faça ele [o Senhor] justiça ao seu [...] povo de Israel, segundo cada dia o exigir, para que todos os povos da terra saibam que o SENHOR é Deus e que não há outro” (1Reis 8:59-60).

Israel não foi enviada como uma “Grande Comissão” para ajuntar as nações; pelo contrário, ela foi glorificada para que as nações vissem sua grandeza e viessem a ela. Então, quando Salomão construiu o templo do Senhor, foi espetacularmente abundante em revestimentos de ouro.

O Santo dos Santos tinha vinte côvados de comprimento, vinte côvados de largura e vinte côvados de altura. E foi coberto com ouro puro. Ele também cobriu de ouro um altar de cedro. E Salomão revestiu o interior da casa com ouro puro, e fez passar correntes de ouro frente ao Santo dos Santos, o qual também cobriu de ouro. E cobriu de ouro toda a casa, inteiramente. Também cobriu de ouro todo o altar que estava diante do Santo dos Santos. (1Reis 6:20-22)

E quando ele mobiliou o templo, o ouro mais uma vez se tornou igualmente abundante.

Então Salomão fez todos os utensílios que estavam na casa do Senhor: o altar de ouro, a mesa de ouro para os pães da proposição, os castiçais de ouro finíssimo, cinco à direita e cinco no lado sul e cinco no norte diante do Santo dos Santos; as flores, as lâmpadas e as linguetas, também de ouro; as taças, espevitadeiras, bacias, recipientes para incenso e braseiros, de ouro finíssimo; as dobradiças para as portas da casa interior e do Santo dos Santos, também de ouro. (1Reis 7:48-50)

Salomão levou sete anos para construir a casa do Senhor. E então levou treze anos para construir sua própria casa (1Reis 6:38 e 7:1). Ela também era abundante em ouro e pedras de valor (1Reis 7:10).

Então, quando tudo estava construído, o nível de sua opulência é visto em 1Reis 10, quando a rainha de Sabá, representando as nações gentias, vai ver a glória da casa de Deus e de Salomão. Quando ela viu, “ficou como fora de si” (1Reis 10:5). Ela disse: “Bendito seja o SENHOR, teu Deus, que se agradou de ti para te colocar no trono de Israel; é porque o SENHOR ama a Israel para sempre, que te constituiu rei” (1Reis 10:9).

Em outras palavras, o padrão no Antigo Testamento é uma religião venha-ver. Há um centro geográfico do povo de Deus. Há um templo físico, um rei terreno, um regime político, uma identidade étnica, um exército para lutar as batalhas terrenas de Deus, e uma equipe de sacerdotes para fazer sacrifícios animais pelos pecados.

Com a vinda de Cristo tudo isso mudou. Não há centro geográfico para o Cristianismo (João 4:20-24); Jesus substituiu o templo, os sacerdotes e os sacrifícios (João 2:19; Hebreus 9:25-26); não há regime político Cristão porque o reino de Cristo não é deste mundo (João 18:36); e nós não lutamos batalhas terrenas com carruagens e cavalos ou bombas e balas, mas sim batalhas espirituais com a palavra e o Espírito (Efésios 6:12-18; 2Coríntios 10:3-5).

Tudo isso sustenta a grande mudança na missão. O Novo Testamento não apresenta uma religião venha-ver, mas uma religião vá-anunciar. “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mateus 28:18-20).

As implicações disso são enormes para a forma que vivemos e a forma que pensamos a respeito de dinheiro e estilo de vida. Uma das implicações principais é que nós somos “peregrinos e forasteiros” (1Pedro 2:11) na terra. Nós não usamos este mundo como se ele fosse nosso lar de origem. “A nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Filipenses 3:20).

Isso leva a um estilo de vida em pé de guerra. Isso significa que nós não acumulamos riquezas para mostrar ao mundo o quão rico nosso Deus pode nos fazer. Nós trabalhamos duro e buscamos uma austeridade em pé de guerra pela causa de espalhar o evangelho até os confins da terra. Nós maximizamos o esforço de guerra, não os confortos de casa. Nós criamos nossos filhos com a visão de ajudá-los a abraçar o sofrimento que irá custar para finalizar a missão.

Então, se um pregador da prosperidade me questiona sobre as promessas de riqueza para pessoas fiéis no Antigo Testamento, minha resposta é: Leia seu Novo Testamento com cuidado e veja se você encontra a mesma ênfase. Você não irá encontrar. E a razão é que as coisas mudaram dramaticamente.

“Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (1Timóteo 6:7-8). Por quê? Porque o chamado a Cristo é um chamado para participar de seus sofrimentos “como um bom soldado de Cristo Jesus” (2 Timóteo 2:3). A ênfase do Novo Testamento não são as riquezas que nos atraem para o pecado, mas o sacrifício que nos resgata dele.

Uma confirmação providencial de que Deus planejou esta distinção entre uma orientação venha-ver no Antigo Testamento e uma orientação vá-anunciar no Novo Testamento, é a diferença entre o idioma do Antigo Testamento e o idioma do Novo. Hebraico, o idioma do Antigo Testamento, não era compartilhado por nenhum outro povo no mundo antigo. Era unicamente de Israel. Isto é um contraste surpreendente com o Grego, o idioma do Novo Testamento, que era o idioma de comércio do mundo romano. Então, os próprios idiomas do Antigo e do Novo Testamentos sinalizam a diferença de missões. O hebraico não era apropriado para missões no mundo antigo. O grego era perfeitamente apropriado para missões no mundo romano.

Por John Piper. © Desiring God. Website:desiringGod.org
Original: 
To Prosperity Preachers
Tradução : voltemosaoevangelho.com

sábado, 3 de julho de 2010

Falso Profeta usa Orkut para enganar as pessoas

Pastor pentecostal usa o Orkut para obter informações pessoais e utiliza-as para enganar seus fiéis fazendo-os acreditar que está recebendo uma revelação divina.



Fonte: ipbf.blogspot.com (via: Internautas Cristãos)

quarta-feira, 30 de junho de 2010

A Nova Aliança

por Keith Mathison

A Epístola aos Hebreus é uma declaração da absoluta supremacia de Jesus Cristo. Afirma que Jesus é superior aos anjos (caps. 1 e 2), a Moisés (3.1-4.13) e a Arão (4.14-7). Cristo exerce um sacerdócio superior (8.1-10.18) e inaugurou uma aliança superior (10.19-13).
Em toda a epístola, encontramos a ênfase sobre o que é novo e melhor. Por exemplo, Hebreus 7.12 afirma: ”Quando se muda o sacerdócio, necessariamente há também mudança de lei”. Uma vez revogada a ordenança anterior, “por outro lado, se introduz esperança superior” (7.18-19). Jesus mesmo é o fiador de “superior aliança” (7.22). Hebreus 8.6 explica: “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas”. Hebreus 8.7 nos diz que, “se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para uma segunda”. E, depois de citar a promessa da nova aliança encontrada em Jeremias 31.31-34, o autor de Hebreus afirma: ”Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer” (8.13).
Essas observações em Hebreus e outras no Novo Testamento têm levado alguns a questionarem se Deus cometeu um erro na antiga aliança. Deus foi obrigado a abandonar seu plano inicial e introduzir emergencialmente um plano reserva? O fato de que a antiga aliança se tornou antiquadaimplica que a nova aliança era um “plano B”? A resposta é não. A inauguração de uma nova aliança por parte de Deus não significa que Ele cometeu um erro na antiga aliança. No entanto, a razão disso talvez não seja imediatamente percebida.
A resposta dessa pergunta se torna mais clara quando examinamos Jeremias 31.31-34. Nesta passagem, o profeta prevê a inauguração da nova aliança. O autor de Hebreus cita aquela profecia. Para entendermos a sua explicação da profecia, temos de entender o contexto em que ela foi escrita. Temos de lembrar que a Epistola aos Hebreus foi escrita para judeus convertidos ao cristianismo que sofriam perseguição por causa de sua fé. Eram tentados a retornar aos ritos e cerimônias da antiga aliança, a fim de evitarem a perseguição. O autor de Hebreus lhes diz que retornar às cerimônias da antiga aliança seria futilidade extrema, pois Deus nunca tencionara que aquela aliança fosse permanente. Para defender seu argumento, ele direciona os leitores ao texto de Jeremias, no Antigo Testamento.
O autor de Hebreus introduz sua explicação de Jeremias 31 recordando-lhes que, “se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para uma segunda” (8.7). Com essas palavras, ele estava dizendo que a promessa do Antigo Testamento quanto a uma nova aliança implicava que aquela parte das Escrituras previa a natureza temporária da “antiga” aliança. Uma ”nova” aliança seria desnecessária, se Deus tencionasse que a antiga permanecesse para sempre. O autor de Hebreus torna isso mais claro em 8.13, quando afirma a respeito da passagem de Jeremias: ”Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira”. Quando Jeremias prometeu uma nova aliança, deu a entender automaticamente que a primeira aliança era “antiga” e temporária. Em outras palavras, o plano de Deus sempre incluiu, desde o começo, a introdução de ambas as alianças. Ele não cometeu um erro ou teve de recorrer a um “plano B”. Cada aliança era adequada a um tempo específico na história da redenção.
O fato de que Deus sempre planejou a inauguração de uma nova aliança suscita a questão da continuidade. Se Deus introduziu uma nova aliança em Cristo, há alguma continuidade entre as duas alianças – a velha e a nova? Na história da igreja, existem aqueles que têm argumentado haver pouca ou nenhuma continuidade entre as duas alianças. Argumentam que toda a antiga aliança foi substituída pela nova. Os que defendem essa posição propõem que nada no Antigo Testamento é relevante e diretamente aplicável à igreja.
Existem outros que têm sugerido haver pouca descontinuidade entre as alianças e que as mudanças realizadas pela inauguração da nova aliança foram essencialmente “decorativas”. Aqueles que defendem essa posição argumentam que muito do Antigo Testamento é diretamente aplicável à igreja em nossos dias. Alguns dos que sustentam essa opinião afirmam que os cristãos têm de continuar a observar o sábado no sétimo dia ou têm de continuar a observar os dias de festas do Antigo Testamento.
Ambos os extremos devem ser evitados. Entre as duas alianças, tanto há continuidade como descontinuidade. Embora haja muitos em nossos dias que lêem passagens como Hebreus 8.13 e concluem que não há continuidade entre as alianças, uma análise mais atenta de Hebreus 8 e do lugar da nova aliança na história da redenção revela que tal conclusão é prematura.
Um dos ensinos mais óbvios da continuidade entre as duas alianças se acha na própria promessa da nova aliança. O autor de Hebreus cita, em 8.8-12, a profecia de Jeremias acerca da nova aliança. No versículo 10, lemos: “Esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”. Encontramos um ponto de continuidade na expressão “minhas leis”. Na antiga aliança, Deus escreveu suas leis em tábuas de pedra (Êx 24.12). Na nova aliança, Ele as escreve no coração de seu povo, a fim de substituir o pecado que está gravado ali (Jr 17.1). No entanto, aquilo que está gravado no coração do povo de Deus é essencialmente o mesmo que foi escrito nas tábuas de pedra. O aspecto da lei que reflete mais fundamentalmente a justiça de Deus permanece o mesmo.
Outra maneira de explicar a continuidade entre a antiga e a nova aliança é aplicar a ilustração que Paulo usou em Gálatas 3.24-25. Ele escreveu: ”De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio”. O ”aio” (no grego, paidagogos) era um escravo que tinha a função de levar o menino à escola, trazê-lo de volta e supervisionar sua conduta. Quando o menino crescia, o “aio” não era mais necessário. Essa analogia pode ajudar-nos a entender melhor os elementos de continuidade entre as alianças.
O aspecto da ilustração que se aplica à continuidade é este: uma vez que o menino se tornava adulto, o aio ficava obsoleto, mas o que ele havia ensinado ao menino permanecia inalterado. Paulo usou essa analogia de crescimento da infância à maturidade como um meio de visualizar o povo de Deus através da história de redenção. A antiga aliança foi idealizada para o povo de Deus em sua ”infância”. Quando o povo de Deus chegou ao estado de “adulto”, o ”aio” não era mais necessário. Agora, ele é obsoleto. Mas aquilo (“minhas leis”) que o “aio” ensinou ao menino permanece o mesmo, embora ele tenha se tornado adulto.
Jesus Cristo é o ponto central em que a antiga e a nova aliança se encontram. A antiga aliança, como um aio, prepara o caminho e o povo para Ele. A antiga aliança incluía aquilo que tem sido descrito como “lei moral”, bem como aquilo que era simbólico. Aquilo que era simbólico sofreu mudanças quando chegou a realidade para a qual os símbolos apontavam. Quando a aurora raiou, as sombras desapareceram (cf. 10.1).
Agora, o povo de Deus é definido em termos de sua relação com Jesus (cf. Gl 3.16, 29), e não de sua relação com Jacó/Israel. A Terra Prometida é definida em termos de toda a criação (cf. Mt 5.5; Rm 4.13), e não de um espaço geográfico na costa leste do mar Mediterrâneo. O templo é definido em termos de Jesus Cristo e o seu povo (cf. Jo 2.21; 1 Co 3.16; Ef 2.21), e não de um edifício de pedra e argamassa. As leis cerimoniais são definidas em termos da morte expiatória de Cristo (cf. Hb 9.11-10.11), e não do sangue de bodes e novilhos.
No entanto, a lei moral – aquilo que revela os padrões eternos e universais de justiça – não muda. Embora esteja escrita no coração do povo de Deus, e não em tábuas de pedra, essa lei permanece a mesma.
Keith Mathison é dos excelentes livros: Postmillenialism: An Eschatology of Hope, Dispensationalism: Rightly Dividing the People of God, Given for You: Reclaiming Calvin’s Doctrine of the Lord’s Supper, The Shape of Sola Scriptura, e From Age to Age.
Fonte: Revista Fé para Hoje – Editora Fiel   (via site Monergismo)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Calvino - Sabedoria e Mistérios de Deus

"Quando os homens quiserem fazer pesquisa sobre a predestinação é preciso que se lembrem de entrar no santuário da sabedoria divina. Nesta questão, se a pessoa estiver cheia de si, e se intrometer com excessiva autoconfiança e ousadia jamais irá satisfazer a sua curiosidade. Entrará num labirinto do qual nunca encontrará saída, porque não é certo que as coisas que Deus quis manter ocultas e das quais ele não concede pleno conhecimento sejam esquadrinhadas dessa forma pelos homens. Também não é certo sujeitar a sabedoria de Deus ao critério humano e pretender que este penetre a sua infinidade eterna. Pois Ele quer que sua altíssima sabedoria seja mais adorada do que compreendida (a fim de que seja admirada pelo que é). Os mistérios da vontade de Deus que ele achou bom comunicarmos, Ele nos testificou em Sua Palavra. Ora, ele achou bem comunicar-nos tudo o que viu que era do nosso interesse e que nos seria proveitoso".



"E não nos envergonhemos por ignorar algo deste assunto, no qual há certa ignorância mais douta que o saber. Melhor faremos em dispor-nos a abster-nos de um conhecimento cuja exibição é estulta e perigosa, e até mesmo perniciosa. Se a curiosidade de nossa mente nos solicitar que investiguemos tudo, sempre teremos em mãos esta sentença para rebater esta pretensão: 'quem esquadrinhar a majestade de Deus será oprimido por Sua glória'." (Institutas, Livro III, capítulo 1 e 2).

“Eis um bom marco memorial da sobriedade: se em nossa aprendizagem ou em nosso ensino seguirmos a Deus, tenhamo-lo sempre adiante de nós. Contrariamente, se Ele parar de ensinar, paremos de querer continuar a ouvir e a entender” (João Calvino, As Institutas: Edição Especial para Estudo e Pesquisa, III.8)

“É estulto e temerário de cousas desconhecidas mais profundamente indagar do que Deus nos permita saber” (João Calvino, As Institutas, III.25.6)

“Portanto, que esta seja nossa regra sacra: não procurar saber nada mais, senão o que a Escritura nos ensina. Onde o Senhor fecha seus próprios lábios, que igualmente impeçamos nossas mentes de avançar sequer um passo a mais.”

Fonte: O Tempora O Mores

Salvos pela Graça

1 - O contraste entre fé e obras na Bíblia é na verdade entre a graça de Deus e o mérito humano, pois a fé sempre é vista como alguma coisa que o próprio Deus concede. Veja estas passagens:

"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus" (Ef 2:8)

"Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17 Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus" (Mat 16.16-17).

"Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6.44).

"Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia" (At 16.14).

"Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele" (Fil 1.29)

"Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna" (At 13.48).

2 - Por causa do pecado, o homem é incapaz não somente de praticar boas obras mas inclusive de crer no Evangelho. Veja estas passagens:

"Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo disse, e não credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai testificam a meu respeito. Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas" (Jo 10.25-26)

"Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6.44).

"E, embora tivesse feito tantos sinais na sua presença, não creram nele, 38 para se cumprir a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor? 39 Por isso, não podiam crer, porque Isaías disse ainda: 40 Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos, nem entendam com o coração, e se convertam, e sejam por mim curados." (Jo 12.37-40)

"Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" (1Co 2.14).

"Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, 2 nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; 3 entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais". (Ef 2.1-3)

"como está escrito: Não há justo, nem um sequer, 11 não há quem entenda, não há quem busque a Deus; 12 todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. 13 A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, 14 a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; 15 são os seus pés velozes para derramar sangue, 16 nos seus caminhos, há destruição e miséria; 17 desconheceram o caminho da paz. 18 Não há temor de Deus diante de seus olhos" (Rom 3.10-18).

3 - Portanto, se entregue a si mesmo, o homem jamais poderá escolher e crer em Deus. Ele está morto em seus pecados, é surdo para as coisas de Deus, não as compreende e não as deseja. Na verdade, ele está em estado de inimizade contra Deus, veja estas passagens:

"Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. 8 Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus" (Rom 8.5-8).

Quando eu olho para minha experiência de conversão em 1977 cada vez mais me convenço que se Deus não tivesse me habilitado a crer, eu ainda estaria na minha incredulidade e cegueira.



Augustus Nicodemus

Fonte: O Tempora O Mores 

Calvino - Eleição

João Calvino afirma:
“Tratemos agora dos réprobos, de quem o apostolo fala também na passagem já indicada, associando, ao mesmo tempo, os eleitos (Rm 9.13). Ora, como Jacó, sem ainda nada merecer por suas obras, é recebido à graça; assim também Esaú, ainda de nenhum inclinado ao delito, é dito em ódio. Se volvermos nossos olhos para as obras, fazemos grave injuria ao apostolo, como se ele não percebesse como algo obvio aquilo que para nós é claro. Com efeito, que ele não percebeu é fácil de ser provado, uma vez que ele insiste expressamente, dizendo que não havia ainda nada de bom ou mau a ser mostrado de que um eleito e o outro rejeitado; de sorte que assim prova que o fundamento da predestinação divina não está nas obras.” (Institutas Clássicas p.407, 408)

Fonte: Comentários no blog "O Tempora O Mores"

Spurgeon - "Sermões sobre a salvação"

Charles H. Spurgeon diz:
“A próxima inquirição é: "Por que Deus odiou Esaú?" Esta é uma questão bem diferente da primeira. É necessário uma resposta bem diferente. Por que Deus odeia alguém? Todo homem merece ser odiado por Deus. Há pessoas que dizem que foi por causa da Sua soberania que Deus odiou Esaú. Não penso ser essa a resposta correta. Não penso que Deus criou o homem com a intenção de condená-lo. Não posso crer que isso seja verdade sobre o Deus cujas misericórdias duram para sempre. Se Deus trata severamente qualquer homem é porque este homem merece tal tratamento. Não haverá nenhuma alma no inferno que poderá dizer a Deus que Ele a tratou mais severamente do que merecia. Toda alma perdida irá culpar-se a is mesma. Ela saberá que foram suas próprias obras malignas que a levaram ao inferno. É caso de justiça, se Deus tiver de condenar um homem.” ("Sermões Sobre a Salvação", Editora PES, p.p. 74-82)

Fonte: Comentários no blog "O Tempora O Mores"

terça-feira, 15 de junho de 2010

"A verdade não precisa de defesa."

Preto, branco e cinza

por Marcos Soares

Amigos, começo minha reflexão pela teologia. Vejo com preocupação que alguns notáveis ensinadores andam tentando responder a perguntas que Deus mesmo nunca se preocupou em responder. Com medo de ficarem “de mal” com os inquiridores deste século, consideram-se na obrigação (que, rigorosamente, nunca foi sua) de tentar explicar o problema do mal, as mazelas da humanidade, as catástrofes naturais cada vez mais freqüentes, as injustiças, as desigualdades. Diriam alguns que estão bem intencionados, porque, na essência, pode ser que estejam preocupados com a “má fama” que Deus anda recebendo em função de tudo isso. Acham que se eles não disserem nada a respeito, as pessoas não vão mais crer em Deus e assim vamos perder gente boa e preparada das nossas fileiras.

Há algumas falácias neste raciocínio.

Primeiro é que a verdade não precisa de defesa. Muito menos a Verdade absoluta. Jesus Cristo nunca perdeu tempo em arrazoar com os céticos do seu tempo (e eram muitos e influentes) a respeito de suas credenciais messiânicas. Ele nunca se envolveu em discussões com o Sinédrio para provar que era Deus. O mais perto que chegou disso foi fazer declarações explícitas, tais como “Abraão viu o meu dia e se alegrou” e “Antes que Abraão existe, EU SOU” (João 8:56-58), mostrando sua eternidade sem entrar em polêmica. Ele não tinha que se preocupar em provar nada a ninguém. A Verdade não precisa ser discutida. Precisa ser crida. Simples? Simples, mas funciona. Os galileus simples que viram Sua glória manifesta em obras e palavras, creram simplesmente. E nunca se arrependeram disso. Tiveram seus momentos de dúvidas, pensaram em recuar depois da Crucificação, mas sua fé e a misericórdia de Deus os trouxeram de volta ao trilho.

Segundo, a própria Bíblia, revelação completa de Deus ao homem, não se preocupa em explicar e definir todos os mistérios da vida. Quem lê o livro de Jó completo, sem pular os capítulos 3 a 41, encontra um homem no limite do desespero, exigindo e cobrando explicações de um Deus em absoluto silêncio. Jó fala todo tipo de bobagem (atenuadas pelo seu estado deplorável, é fato, mas ainda assim bobagens) sobre o que o Senhor estava fazendo com ele, acusa-o de estar errado no Seu julgamento e no seu trato, cobra explicações, chama Deus para brigar. Alguém que teve o cuidado de contar, contabilizou mais de 600 perguntas no livro todo. No final, quando Deus entra em cena, surpreendentemente Ele não responde a nenhuma delas. Não se dá a explicar nem a resolver a equação do problema do mal, do sofrimento, das injustiças, do mérito humano nem de nenhuma das questões que perturbaram Jó durante os dias terríveis pelos quais passou. Ao contrário, Deus simplesmente coloca um DVD do Animal Planet, mostrando cenas incríveis da natureza fantástica, indomável, por vezes misteriosa e inexplicável. Pede a Jó para que este explique ou controle aquelas cenas. E isto é suficiente para Jó. Deus não se explica. É Jó quem se reduz à sua insignificância diante da grandeza de um Deus Todo-Poderoso. E ele não sabia qual seria o fim da sua história. Ainda estava doente, pobre e sem filhos. Ao experimentar Deus pessoalmente, pela primeira vez na sua vida religiosa, os mistérios e perguntas sem respostas ficam de lado. Esta é questão que precisam compreender os meus queridos irmãos metidos a filósofos.

Terceiro, se o homem natural, rebelde e sem Deus, além de voltar as costas para o seu Criador ainda rejeita o seu chamado de amor; se a Cruz de Cristo, Deus feito homem, Sustentador do Universo abrindo mão de sua glória para morrer da forma como morreu; se o único Deus de que se tem notícia que cumpre a pena no lugar do réu; se nada disso sensibiliza o coração de uma pessoa, não será o arrazoado filosófico que vai conseguir esta proeza. Ninguém é mais convincente do que o Espírito Santo. A vã tentativa de defender Deus contra a argumentação da falida sabedoria humana é, na verdade, um vacilo dos que crêem. Evidencia fissuras na estrutura de sua fé. Denuncia uma tentativa de querer andar abraçando Deus com um braço e a sabedoria humana com o outro.
Existem questões na Bíblia que podem ser discutidas. Há pontos que permitem mais de uma interpretação. Alguns, na verdade, chegam a dezenas de possibilidades. São as zonas cinzentas da Hermenêutica. Porém, há outras questões para as quais não cabe discussão.

Fonte: irmaos.com

Leia este artigo na íntegra aqui.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

terça-feira, 11 de maio de 2010

Deus odeia o pecado, mas ama ao pecador! É isso mesmo?

Podemos aceitar que existe um sentido genérico do amor de Deus. Ele demonstra e fala de amor ao mundo, à humanidade, à sua criação. Como calvinista, não tenho nenhuma dificuldade em aceitar isso. Temos que entender, porém, que no sentido salvífico (a salvação eterna da perdição e condenação do pecado) o amor de Deus é derramado exclusivamente sobre o seu povo e, individualmente, sobre os que ele eficazmente chama para si. Sobre aqueles que responderão, ao chamado eficaz, abraçando a Cristo como único e suficiente Salvador.

A frase "Deus odeia o pecado, mas ama ao pecador", entretanto, por mais que seja proferida e repetida, é uma forma simplista de expressar uma situação complexa, pois realmente é impossível separar o pecado do pecador, como se o pecado fosse uma entidade com vida independente, que apenas se utiliza do corpo e da mente do praticante.

Tiago (1.12-15) nos ensina que o pecado é gerado dentro das pessoas, partindo da própria concupiscência, externando sua prática em um relacionamento "simbiótico" (de dependência mútua) com o praticante. Sem barreiras e controles, enfim, sem a redenção, leva à morte.

O pecado é algo odioso em suas manifestações. Estas são verificáveis nas pessoas, pecadoras, sem as quais ele é indescritível e amorfo.

Em Romanos 9.11-18 a Bíblia fala do "aborrecimento" (ódio) de Deus contra Esaú, contrastando com o amor derramado sobre Jacó. Mas a Palavra de Deus expressa em outras ocasiões (além desse caso específico, de Esaú e Jacó) o ódio ("aborrecimento") de Deus a pecadores. Isso ocorre, porque ele é tanto JUSTIÇA como AMOR.

Por exemplo, no Salmo 11.5, lemos "O Senhor prova o justo e o ímpio; a sua alma odeia ao que ama a violência". Veja que ele não odeia somente a violência (inexistente, sem o praticante), mas "ao que ama a violência" - uma pessoa, o pecador.

Em Pv. 6.16-18 lemos sobre sete coisas que o senhor abomina (odeia): olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contenda entre irmãos. Quando lemos essa descrição das "coisas" que o Senhor odeia, vemos que elas não são especificamente "coisas", mas são pessoas que realizam certas ações; a descrição é a de pessoas que Deus abomina. Isso fica bem claro nas duas últimas "coisas" - uma pessoa, ou outra, que é: "testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos".

Não resta dúvida, portanto, que pelo menos nessas instâncias específicas Deus odeia pecadores. Consequentemente, isso deve nos fazer cautelosos de dar uma declaração genérica e abrangente de que ele não odeia pecadores, pois esse ensinamento não pode ser atribuído, dessa maneira, à Bíblia e carece de inúmeras qualificações.

Solano Portela
 
Publicado no blog O Tempora! O Mores!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Evangelho da Graça

Quando o evangelho da graça toma conta de nós, algo passa a estar muito certo. Vivemos na verdade e na realidade. Quando sou honesto, admito que sou um amontoado de paradoxos. Creio e duvido, tenho esperança e sinto-me desencorajado, amo e odeio, sinto-me mal quando me sinto bem, sinto-me culpado por não me sentir culpado. Sou confiante e desconfiado. Honesto e ainda assim insincero. Aristóteles diz que sou um animal racional; eu diria que sou um anjo com um incrível potencial para cerveja.

Viver pela graça significa reconhecer toda a história da minha vida, o lado bom e ruim. Ao admitir o meu lado escuro, aprendo quem sou e o que a graça de Deus significa. Como colocou Thomas Merton: “Um santo não é alguém bom, mas alguém que experimenta a bondade de Deus”.

O evangelho da graça nulifica a nossa adulação aos tele-evangelistas, superastros carismáticos e heróis da igreja local. Pois a graça proclama a assombrosa verdade de que tudo é de presente. Tudo de bom é nosso não por direito, mas meramente pela liberalidade de um Deus gracioso. A nós foram-nos dados Deus em nossa alma e Cristo na nossa carne. Temos poder de crer quando outros negam; de ter esperança quando outros desesperam; de amar quando outros ferem. Isso e muito mais é pura e simplesmente de presente; não é recompensa a nossa fidelidade, a nossa disposição generosa, a nossa vida heróica de oração. Até mesmo nossa fidelidade é um presente. “Se nos voltarmos para Deus”, disse Agostinho, “até mesmo isso é um presente de Deus”.

Extraído do Blog Pensar e Orar

segunda-feira, 26 de abril de 2010

"Ser sal da terra e luz do mundo, sol e sal, dois elementos conhecidos anti-putrefação, não é coisa simples. Ser fariseu é fácil, viver fé é difícil. Percebo, espero que não tarde demais, que o verdadeiro amor me obriga à transparência e discipulado da sociedade como um todo. Discipulado e verdade não podem ser trocados por conversão religiosa, e minha maior vitória será amar até o fim aqueles que me odeiam e ao evangelho que prego. Serei discípula d’ Ele quando ainda for capaz de responder em amor aqueles que nunca se convertem, que permanecem no pecado e debocham da minha fé, apesar de todos meus esforços. Não é fácil. Exige cruz, a d’ Ele que me cobre de graça e a minha que mata meu egoísmo, minha obsessão comigo e com minha própria gente."

Trecho do artigo "Amor ou farisaísmo?" por Braulia Ribeiro - Pioneira no Norte do Brasil trabalhando entres tribos indígenas é Mestre em Etno-linguística em Lingüística Antropológica pela Universidade Federal de Rondônia. Em missionária de Jovens Com Uma Missão desde 1980.

Fonte: Jocum Brasil

Leia o artigo na íntegra no site O Galileo

domingo, 18 de abril de 2010

Paul Washer - Chamada à contemplação


Paul Washer - Chamada à contemplação from iPródigo on Vimeo.

Leia mais sobre "Chamada à Contemplação" no blog Voltemos ao Evangelho

terça-feira, 13 de abril de 2010

sábado, 10 de abril de 2010

Mark Driscoll - Oração



Confesso que não gosto muito de orar alto nos cultos.. quando pedem oro, porque faz parte né! Mas prefiro orar "sozinha" no meu quarto ou na presença de poucas pessoas. Em público faço orações curtas, porque quando estamos sozinhos, Deus e eu, aí sim tenho muito o que falar.. não pedir necessariamente, mas conversar mesmo! Orações longas e rebuscadas feitas em público realmente me incomodam! E como vimos no vídeo a oração deve ser humilde, simples, respeitosa, sincera, viva e pessoal. Enfim, oremos como Jesus nos ensinou!

Vídeo divulgado pelo blog Genizah

Mark Driscoll: sobre o livro "A Cabana"

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Afinal, nada se cria, tudo se copia!

Resolvi criar este blog, porque eu gosto muito de ler! Deveria ser escrever né?! Mas eu prefiro muito mais ler! Ler, aprender e ensinar, escrever mesmo não é o meu forte! E já tem tanta gente que escreve bem, e gosta do que faz! Sei que eu não vou fazer falta nessa área! rsrsr Nessas "andanças" pela internet leio muitos textos bons, principalmente em blogs que eu sigo! Então pensei em criar um blog pra compartilhar com os amigos o que eu leio, gosto e recomendo dentro e fora da internet (incluindo vídeos, músicas, livros e revistas). Vou confessar que a princípio pensei somente em organizar tudo o que eu gosto em um só lugar sem precisar voltar e procurar nos outros blogs. Mas se os amigos se interessarem vai ser ótimo! Bom, depois de 1h concluo este "grande post" esperando ansiosa pelos próximos nos quais escreverei pouquíssimo! heheh  Até breve!

PS: É claro que em respeito aos direitos autorais, vou colocar a fonte em todos os posts!